Essa é uma pergunta que aparece com frequência aqui no CITI — e, sinceramente, não existe uma resposta única. Cada pessoa que nos procura traz uma história diferente. E é com respeito a essa trajetória que a gente escuta, acolhe e, juntos, pensa nas possibilidades.
Ainda assim, existem alguns sinais e fatores que ajudam a entender quando a fertilização in vitro com óvulos doados pode ser o próximo passo.
Uma boa conversa e uma investigação cuidadosa
Quando uma paciente chega até nós depois de tentar engravidar por um tempo, o ponto de partida é sempre uma investigação completa. Mais do que exames, queremos conhecer a história de cada um, entender os sentimentos, os medos, as expectativas.
A partir disso, desenhamos as possibilidades e probabilidades — e explicamos, com transparência, cada opção de tratamento:
- Coito programado com indução da ovulação;
- Inseminação intrauterina, com sêmen do parceiro ou de banco;
- Fertilização in vitro, com óvulos próprios ou doados.
Quando os óvulos próprios já não são suficientes
Há momentos em que, mesmo com todo esforço, o tratamento com óvulos próprios não avança como esperado. Nesses casos, a doação de óvulos pode ser uma alternativa segura, bonita e generosa.
Essa opção costuma ser considerada, por exemplo, quando:
- A paciente tem baixa reserva ovariana;
- Está em idade reprodutiva mais avançada ou já entrou na menopausa;
- Houve falhas repetidas em ciclos anteriores de FIV;
- A mulher passou por tratamentos como quimioterapia ou radioterapia;
- Há menopausa precoce, mesmo em mulheres jovens;
- Ou em casos de casais homoafetivos masculinos, que naturalmente precisam dessa alternativa.
O lado emocional da decisão
A jornada da fertilidade mexe com tudo: corpo, mente e coração. Muitas vezes, quem chega até aqui já passou por luto gestacional, frustrações, noites em claro e uma avalanche de sentimentos.
Por isso, no CITI, cuidamos da saúde emocional com o mesmo carinho com que cuidamos da parte médica. Contamos com o olhar acolhedor da psicóloga Sherly Komori, que entende profundamente as dores de quem enfrenta a infertilidade. E incentivamos cada paciente a olhar para si com mais gentileza: se alimentar melhor, movimentar o corpo, fazer algo que dê prazer, passear, viajar, respirar.
Afinal, ninguém deve viver só para engravidar — mas antes de tudo viver. E é importante viver bem.
Entendendo como funciona a doação de óvulos
A doação de óvulos no Brasil segue normas definidas pelo Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM nº 2.320/2022). Entre as regras, estão:
- A doação precisa ser voluntária e sem fins lucrativos;
- A doadora deve ter entre 18 e 37 anos e passar por exames criteriosos;
- É possível a doação por parentes de até quarto grau, desde que não exista consanguinidade.
Quando a paciente opta por essa alternativa, a gente cuida de cada etapa com muita responsabilidade: desde a seleção da doadora, até os exames, o preparo e a transferência embrionária.
A epigenética e a conexão entre mãe e bebê
Uma dúvida que aparece bastante é: “Será que meu filho vai se parecer comigo, mesmo sendo de óvulo doado?”
É aí que entra um conceito lindo e cada vez mais estudado chamado epigenética. Ele mostra que tudo o que acontece dentro do útero — a nutrição, as emoções, os hormônios, o ambiente — tem impacto direto no bebê que está sendo gerado.
Ou seja: mesmo que o material genético venha da doadora, a mãe influencia, sim, esse bebê durante toda a gestação. O útero não é só um forninho. É um espaço de trocas profundas, de afeto, de vida em construção.
Uma escolha informada, consciente e cheia de amor
Lembre sempre que optar pela fertilização in vitro com óvulos doados não é uma desistência. É uma nova forma de realizar um sonho. E, como toda grande decisão, precisa ser tomada com base em informação, escuta e, acima de tudo, respeito pela própria história.
Se você está vivendo esse dilema, saiba: você não está sozinha. Aqui no CITI, a gente caminha ao seu lado — com acolhimento, ciência, ética e muito cuidado.