A laqueadura tubária, ou ligadura de trompas, é um método contraceptivo permanente, com taxa de sucesso ao redor de 99%, que visa impedir que a mulher consiga engravidar. É um procedimento que causa interrupção no trajeto de ambas as trompas, impedindo, assim, que os espermatozóides encontrem os óvulos. Existem várias técnicas, como o uso de grampos, cauterização, anéis elásticos ou remoção de parte das trompas.
O Brasil tem um dos mais altos índices de esterilização feminina no mundo. A legislação brasileira preconiza, através da lei número 9.263, de 12 de janeiro de 1996, como condição, um termo de consentimento livre e esclarecido evidenciando a manifestação da vontade. Nele, é expressa a dificuldade da reversão e a existência de outros métodos reversíveis de contracepção.
Mesmo assim, o arrependimento em relação à esterilização definitiva geralmente surge nas mulheres que realizaram a laqueadura ainda jovens. São mulheres que muitas vezes separam-se, casam-se novamente e passam a querer ter um filho com o novo marido.
O sucesso da reversão é variável e depende de vários fatores, como o tipo de esterilização realizada, a idade da mulher quando submetida à laqueadura, o tempo decorrido entre a esterilização e a reversão, a idade e o índice de massa corpórea da mulher no momento da recanalização, o comprimento final da tuba uterina após a anastomose e se a reversão foi possível em uma ou em duas trompas.
Existe grande diferença entre os índices de sucesso alcançados pelos diversos serviços que se propõem a realizar o tratamento, com as taxas de nascidos vivos, após a reversão, variando entre 40 a 80%. A principal complicação é o risco aumentado de gravidez ectópica depois da reversão da laqueadura.