A recepção de óvulos é um assunto sobre o qual muitos só escutam quando já estão nas clínicas de reprodução humana com resultados negativos de tratamentos anteriores, ou com exames que indiquem a falta de qualidade ou quantidade de óvulos. Esse diagnóstico é um dos mais devastadores para um casal.
De acordo com a idade da mulher, os óvulos perdem a qualidade e reduzem em quantidade. Assim, as chances de gravidez natural, ou até com tratamentos de reprodução, caem gradativamente a partir dos 35 anos e, mais acentuadamente, após os 40 anos.
Para casos de falência ovariana precoce, idade mais avançada para mulheres com desejo reprodutivo ou doenças genéticas, existe a possibilidade de usar óvulos doados de mulheres saudáveis, entre 18 e 35 anos.
Assim como existe a opção de usar espermatozóides de bancos de sêmen para homens com alterações de esperma, para produção independente, ou casais homoafetivos femininos, existem também bancos de óvulos ou de potenciais doadoras.
A doação de óvulos é mais complexa se comparada com a doação de sêmen, por causa do processo envolvido na estimulação ovariana e na captação de óvulos pela doadora.
As etapas do tratamento são:
- Escolha dos óvulos da doadora mais compatível com o casal;
- Os óvulos da doadora são injetados com os espermatozóides do casal receptor para obter embriões em laboratório;
- Os embriões são transferidos para o útero da receptora previamente preparado para implantarem e obter a gestação.
Informação para evitar dúvidas
A recepção de óvulos ainda é um assunto delicado e gera dúvidas na maioria dos casais que não querem ter filhos com genética diferente da sua. Contudo, é uma opção que deve ser discutida com carinho, devido às altas chances de sucesso, que estão em torno de 50% a 60%.
Outra informação importante é que estudos mostram que existe uma grande influência, até mesmo genética, no feto que se forma, dessa mãe que gera, conhecido como epigenética. Portanto, o bebê terá, sim, influência da mãe (a receptora), mesmo com o óvulo doado de outra pessoa.