Aqui no CITI já cuidamos de muitos casais em que um dos parceiros tem alguma deficiência e buscamos sempre oferecer o melhor tratamento tanto do ponto de vista de conhecimento técnico das possibilidades de fertilidade de cada um, mas sem deixar de lado o acolhimento dos medos, dores e incertezas que podem estar com aquele casal.
Quando falamos em pessoas com deficiências, estamos falando de diversos tipos de impedimentos, de médio ou longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial. Dessa forma, a resposta para esta pergunta não é simples, pois cada pessoa com deficiência pode ou não precisar de ajuda para ter filhos.
Vamos pensar nas deficiências físicas. Muitos homens com lesões medulares podem ter ereção, ejaculação e orgasmos, a maioria deles não é infértil e seguem tendo espermatozoides. No entanto, o desafio que muitos deles enfrentam é o tempo e a qualidade da ereção, por isso, alguns homens com tetraplegia ou paraplegia podem necessitar de uma fertilização in vitro com a sua parceira e em alguns casos terão que optar por um procedimento como PESA, TESA ou Microtese para a obtenção dos gametas.
Esses procedimentos necessitam de anestesia, local ou geral, e são realizados por cirurgiões especialistas, que indicarão a técnica mais adequada a cada paciente com deficiência. As taxas de sucesso variam de 50 a 75% dos casos. Os espermatozoides obtidos poderão ser também congelados para tratamentos futuros de fertilização.
Já as mulheres com tetraplegia ou paraplegia podem conseguir engravidar normalmente e seguir com uma gestação com cuidados especiais para evitar, entre outras coisas, infecção urinária de repetição, problemas na circulação dos membros e dificuldades relativas ao peso. Algumas pacientes podem ter mais restrições de acordo com sua condição e podem precisar de tratamentos como indução de ovulação, inseminação artificial, fertilização in vitro e precisar até mesmo de um útero de substituição.
Quando a deficiência é por razões genéticas
Algumas deficiências podem ter origem genética e nestes casos um médico especializado em reprodução humana ou um geneticista deve ser consultado para avaliar a necessidade de exames de triagem para os pais com risco de serem portadores de determinados distúrbios, tais como a anemia falciforme, talassemias, a doença de Tay‑Sachs e a fibrose cística.
A triagem genética deve ser feita antes da mulher engravidar e, se os exames de triagem genética mostrarem um risco elevado de transmitir uma anomalia genética grave, o casal pode considerar usar espermatozoides de um doador, usar o óvulo de uma doadora ou realizar exames diagnósticos pré-natais.
No CITI Hinode temos um cuidado voltado às pessoas com deficiência que querem ter filhos e sempre buscamos orientar da melhor forma cada caso de maneira individual. Nós sabemos que os tabus são muitos e infelizmente as pessoas com deficiência ainda sofrem com o capacitismo, mas cada vez mais a medicina está evoluindo para que a maternidade e a paternidade seja um sonho que pode ser realizado.